Cinco séculos.
A nossa história é recente – vou considerar o início quando a fatídica caravela apareceu por esses lados.
O nosso povo começou a formar uma consciência de nação há pouco tempo. Ainda há muito que aprender, apanhar, indignar-se e evoluir.
O país ainda usa fraldas. E essas estão cheinhas de um aromático cocô.
O Bebê-Brasil se alimentou muito de corrupção, falcatruas, passividade e deu bons goles na mamadeira da impunidade e da infame “esperteza”. Castigou bem as fraldas.
Só, que até agora, desde o seu “nascimento”, elas nunca foram trocadas. O coitadinho está todo assado e agoniado com tanta sujeira.
Mas, a mãe preguiçosa – o povo – acordou do seu sono letárgico e resolveu cuidar do bebê.
Primeiro colocou ele para arrotar. Chamaram isso de “Marcha contra os R$ 0,20” ou qualquer outra alcunha semelhante.
Depois da uma bela eructação, com um pouco de gorfo azedo, o bebê chorou alto, irritado com a fralda recheada.
Então, a mamãe inexperiente soltou os esparadrapos e a fralda caiu, espalhando merda para todo o lado. E aqui não adiantaria usar eufemismos.
Respingou no bebê, no chão e na mamãe.
Assim, agora, está na hora de procurar os montinhos fétidos e limpá-los bem.
Vai dar trabalho, a mamãe terá náuseas, mas ficará mais preparada e experiente.
Até o dia em que o Bebê-Brasil não precisará mais de fraldas, pois saberá usar o peniquinho.
Daí, sim será o momento de comemorar e junto com a mamãe soltar um sonoro “tchau cocô!”.
Até mais!