Eduardo Kasse, muito prazer!
Escritor e roteirista

Tá difícil criar histórias? O seu problema pode ser FECAL!

Você pode até ler esse post no vaso. Tenho certeza de que estará mais leve ao final!

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Sempre vejo autores – alguns experientes – reclamarem que estão com a história travada, que não conseguem criar histórias, que a musa os abandonou!

E muitos até brincam que eu sou uma máquina por conseguir publicar um novo livro, conto ou quadrinho por ano.

Na verdade, não tenho nada de especial, apenas tento minimizar o desconforto/inconsistência FECAL.

Porra, Kasse, e eu achando que era um post sério para me ajudar a destravar os meus projetos e você vem me falar de bosta? Deixa isso para os seus livros!

Calma…

Como você sabe, por muitos anos fui professor (curso de TI) e palestrante. E entendi que, com leveza e humor o aprendizado acontece! As informações são captadas com mais facilidade e as conversas fluem melhor.

Por isso, trarei algumas dicas aqui usando o conceito FECAL que acabei de criar. No troninho, o que foi mais engraçado!

FECAL = FOCO + ESTRUTURA + CONSTRUÇÃO + ANÁLISE + LIBERDADE

Vamos lá?

Foco

Será que não é a falta de foco que travou a sua história? Que te impede de iniciar um novo projeto?

Muitas vezes nas minhas aulas e treinamentos, via os alunos desesperados sem conseguir sair do lugar. Quando eu me sentava com cada um deles, na imensa maioria das vezes, o problema não era a falta de ideias, de conhecimento, de criatividade, mas sim a falta de foco, e os excessos!

Jorravam dezenas de ideias (que até eram boas), mas sem o mais importante: o foco! Sabe aquela velha máxima um passo de cada vez? Pois é! Há momentos em que a gente se empolga tanto que se esquece deste cânone essencial para todas as áreas profissionais.

Para criar uma história também é assim! Seja um conto curto ou uma trilogia, sem foco é muito difícil sair do lugar. Com objetividade, o tempo rende e mesmo a tal criatividade flui melhor, pois quando vemos algo sendo construído, saindo do zero, a gente se empolga, não é?

Estrutura

A gente começa uma casa pelo telhado? Pela pintura? Pela decoração? Não! A gente começa pelos alicerces, pela criação de uma base sólida e estável que nos permite subir a nossa construção.

E isso serve tanto para um casebre quanto para um castelo!

Sobre o que é a sua história?

  • Quem são os personagens principais?
  • Ela se passa no nosso mundo ou em um mundo fictício?
  • Passado, presente, futuro?
  • Vai ser um conto, uma novela, um romance?

 

Todas essas perguntas (e outras mais) são essenciais para termos a estrutura da nossa construção. Uma estrutura que precisa ser resistente e nos permita crescer o necessário. E só depois dela bem-feita é que iremos pensar na pintura, na decoração e em todos os acréscimos que irão enriquecer a obra.

Construção

Essa etapa é muito dependente das duas anteriores, pois sem foco e sem estrutura é impossível construir uma história de valor.

Na lata assim Kasse?

Na lata assim!

Como citei, na maioria das vezes que eu me sentava com os alunos, o problema não estava no campo das ideias. A dificuldade era transformar essas ideias em algo concreto!

O que é uma construção grosso modo? É trabalhar elementos separados a fim de torná-los coesos e com finalidades bem definidas.

Criar histórias é assim. Unir palavras, gerar frases, criar cenas. Não basta usar as melhores técnicas, é vital fazer os leitores caminharem ao nosso lado e despertar neles sentimentos e sensações. O texto precisa ser vivo.

Análise

E como se cria um texto vivo?

Com análise!

Pô, Kasse, um puta conceito careta como esse serve para literatura? Para quadrinhos?

Serve. E muito!

  • O que você quer transmitir com esse diálogo?
  • Esse trecho é necessário ou apenas infodump?
  • A voz dessa personagem tem identidade? Tem personalidade?
  • Essa cena causou asco apenas por causar ou serve para o enredo?

 

Esses (e outros) questionamentos são análises que devemos fazer para saber se a construção da história está seguindo um rumo correto ou se é preciso correções (tal como na nossa casa: mudar a decoração, as janelas de lugar, saca?).

Liberdade

Por último e não menos importante: você está criando com liberdade? Ou está trancando a sua mente em busca de modismos, daquilo “que o mercado quer”?

Você está querendo “agradar o maior número de pessoas”, ou está pondo a sua ALMA no seu texto?

Você quer lacrar de forma vazia, ou vive MESMO o que está contando?

O leitor não é estúpido! E ele percebe quando a gente cria algo sem liberdade, com amarras irreais apenas para seguir um padrão ou mesmo para tentar agradar.

E isso me faz te provocar: você quer criar algo memorável ou algo que pode até ter seus 15 minutos de fama, mas será esquecido de forma tão rápida quando surgiu?

Espero que você tenha gostado desse post e que o seu intestino, digo, a sua carreia flua bem, com novas histórias que te encantem e encantem o seu público.

Vamos juntos nessa?

Até mais!

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