Outro dia, meu grande amigo Rogério Mascia Silveira veio me visitar. Os papos foram ótimos e em um determinado momento da conversa ele disse: São Paulo perdeu o sentido.
E essa foi uma das mais sábias definições que já ouvi e vai muito de encontro com a minha visão de mundo.
Mas esse assunto ficou latente na minha mente por uns dias até que hoje, levando a Estela para o trabalho, ele retornou com toda força.
Todo mundo costuma sair mais ou menos no mesmo horário, então é comum encontrar com os vizinhos tirando seus carros da garagem. A maioria com a cara fechada, mal cumprimentando uns aos outros – atos de mera formalidade induzida.
Sei lá, acho que sou diferente – ou meio pancada das ideias, rs – pois costumo acordar feliz, vendo o novo dia como uma nova oportunidade de fazer a diferença. Acordo até um pouco mais cedo, pois gosto de passar um tempinho com os cães antes de tudo. Isso me revigora, me dá energias muito boas.
Mas voltando ao assunto.
Depois de ver os vizinhos emburrados, pego o caminho até o trabalho da Estela, poucos quilômetros, uns 15 minutos de casa. É hora de ir para a guerra!
Os motoristas digladiam uns com os outros, tendo o volante como arma. Jogam o carro em cima de pedestres – que muitas vezes precisam andar na rua por causa das calçadas inexistentes ou esburacadas –, fecham ciclistas sem qualquer remorso, xingam motociclistas e o dia acabou de começar!
Continuando a saga, muitos profissionais passam o dia estressante, fazendo o que não gostam, em um ambiente degradante, depois voltam para casa, novamente nervoso, guerra… Puta que o pariu!
Isso é vida?
Não sei onde li, mas São Paulo é um dos lugares com mais pessoas com problemas psicológicos. Depressão, ansiedade, pânico, esses são os companheiros de muitas pessoas. Cada vez mais novas. Crianças inclusive.
Progresso? Evolução no mercado? Conforto? Sistema?
As pessoas venderam suas almas por tão pouco…
Parece que o tal way of life nos engoliu, nos sufocou e não sabemos nos libertar. Buscamos mais e mais, quando é na simplicidade e no básico que encontramos a felicidade, a qualidade de vida.
Enfim, esse é um desabafo de alguém que também parou de ver sentido nas grandes cidades.
E, você, o que acha?