Eduardo Kasse, muito prazer!
Escritor e roteirista

As máscaras são mais “bonitas” do que a verdadeira face

Na nossa sociedade as dissimulações e disfarces têm um peso exacerbado.

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mascaras
Qual é a sua verdadeira identidade?

Vista um terno impecável, arrume o cabelo e faça a barba. Chegue ao cliente com um belo carrão e na mesa de reuniões impressione com um notebook de último tipo. Pronto, meio caminho – ou muito mais – andado! E você nem precisa ter competência  se aparentar pompa e status.

Patético, não é? Mas muito verdadeiro.

Várias pesquisas foram feitas sobre a aparência. Pessoas bonitas ganham mais, sobem de cargo mais rápido e, acredite, têm penas menores se comparadas a outras que cometeram o mesmo crime!

Nessa sociedade, a carcaça vale muito mais que as engrenagens internas. Ponto.

Nas redes sociais, todos são felizes, lindos e perfeitos

Aqui falamos da “maioria”, OK?

Abra o seu Facebook, dê uma rápida “passeada” pelos perfis e veja como o mundo é lindo e as pessoas alcançaram a sua plenitude! Sorrisos, frases de autoajuda e muitas coisas legais replicadas exaustivamente.

Pouquíssimos criam seus posts ou compartilham algo relevante. E não falo de adolescentes desvairados, mas de senhores e senhoras (pseudo)respeitados! É um mundo de Crtl+C – Crtl+V.

Concordo, Eduardo! Mas, por essa premissa precisamos todos ser chatos, cricris, etc.?

Não! É preciso apenas ter identidade! Mostrar e demonstrar que você é você na vida real, virtual, no trabalho e no dia a dia. É constrangedor encontrar pessoas que conheço pela internet e perceber que sempre conversei e interagi com um avatar!

Quem é você?

Cada ser é rico, cada personalidade é única, então, por que tantas máscaras?

O executivo(a) top ostenta seu cargo apenas porque o herdou do seu pai e tem pleno suporte de uma equipe que muitas vezes é “invisível” para o mercado.

O escritor(a) bambambam gaba-se pela sua obra e adora achincalhar o trabalho dos demais, mas apenas fez releituras de textos clássicos.

O popstar sem voz faz sucesso sem compor nenhuma linha e tão somente porque algum empresário investe pesado para criar “imagens” do ídolo.

Enfim, conhecemos vários círculos viciosos.

E a nós, reles mortais, cabe trilhar nossos caminhos, ora afundando no barro, ora cortando o mato alto que impede a nossa passagem, sem nunca nos esquecermos de quem somos e aonde queremos chegar.

Deixemos as máscaras para os super-heróis e para os foliões no Carnaval. Para o bem ou para o mal, eu prefiro sempre encarar as pessoas de rosto limpo. Ou no máximo como o Clark Kent:  detrás dos meus óculos!

Vamos juntos nessa?

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