Por várias vezes, novos escritores e autores aspirantes me perguntam sobre como eu crio os textos, no que me inspiro, de que maneira produzo. Querem algum direcionamento para suas próprias carreiras.
Bem, infelizmente – ou felizmente – não existe uma “metodologia para escrever livros”, ou existe? Cada profissional deve estruturar seu trabalho da maneira que ache mais adequada e produtiva.
Ok, Eduardo, você falou, falou e não disse nada!
Verdade! Mas, já tivemos até agora um conceito importante: nos processos criativos, valem as alternativas individuais para se produzir de maneira focada.
Uns preferem um quarto isolado do mundo. Outros vão para praças para sentir uma vibe diferente.
Uns preferem caneta e papel. Outros conseguem criar textos longos em smartphones.
Há aqueles que gostam de um bate-papo com os amigos para estimular as ideias. Outros, como é o meu caso, passam um tempo com os cães para realinhar as energias.
Criar é libertar-se de amarras e buscar novos horizontes!
Ok, Eduardo, perfeito, mas você pode dar mais uma ajudinha?
Bom, vamos lá!
Eu trago para a escrita um artifício do mundo corporativo, que é o briefing e, alguns passos interessantes para se organizar durante o processo de redação são:
- Estude bem os cenários, os contextos históricos, as personagens e todas as interações entre eles;
- Foque-se num objetivo (desfecho) para cada personagem;
- Verifique se todas as pontas foram amarradas;
- Veja se mudanças em capítulos mais avançados na história não estão incompatíveis com as características do início;
- Se possível, trace em um documento a parte os perfis das personagens, pontos-chave na história (cronológicos) e intersecção entre os locais, se for o caso;
- Faça releituras e avalie os pontos fortes e fracos, e o que pode ser melhorado;
- Verifique se a história segue um mesmo padrão ao longo do livro. Confundir personalidades, por exemplo, pode ser fatal.
Aviso que esse briefing é algo meu. Certamente meus amigos escritores também terão outras contribuições e quem quiser evoluir essas dicas, por favor poste nos comentários.
Enfim, independente do método – ou a falta de – e da forma como se cria, o importante é cada profissional – sim, escrever precisa ser encarado como profissão – tenha bem claros sua identidade, seu estilo e suas visões.
Inspirar-se e admirar são ótimas características, mas querer ser a outra pessoa já é outra história.
Até mais!