O que define um bom livro? Suas personagens? A ambientação? A veracidade da narrativa? Tudo isso e um pouco mais!
Escrever é a arte de ordenar ideias de tal forma que você envolva completamente o leitor, criando um processo de imersão (abrupta ou gradativa). Tudo isso para gerar sentimentos e sensações.
Se os seus escritos não proporcionam nada. Se quem lê termina a história do mesmo jeito que começou, é importante rever tudo. Sim, tudo!
Uma frase bem pensada tem tanto impacto quando uma cena de um filme ou o refrão de uma música ou mesmo de uma pintura. Mudam as mídias, os objetivos são os mesmos. ?
Então, vamos as dicas!
“As palavras são pequenas formas no maravilhoso caos que é o mundo. Formas que focalizam e prendem idéias, que afiam os pensamentos, que conseguem pintar aquarelas de percepção” – Diane Ackerman
1 – Personagens precisam ser reais
Quando apresentamos alguém (mesmo que não seja um humano), esse alguém deve ser real. Precisa ter uma identidade individual, uma voz única e o seu próprio estilo. Não importa se é um protagonista, ou se vai aparecer apenas uma vez num trechinho no meio do livro. Só de ler um diálogo ou um relato, o leitor tem que conseguir identificar quem fala.
A vida é algo uno e único. E quando a reproduzimos (ou será que criamos) nos nossos textos, ela tem que seguir essa exclusividade, essa unicidade.
Outro ponto importante para criar vida factível é entender os contextos:
- Época
- Classe social
- Vivências
- Traumas
- Ambientes
- Deficiências
- Forças
Parece complicado? Mas não é não! Basta pensar no nosso mundo, nos nossos amigos, familiares, pessoas que conhecemos. A vida é a melhor inspiração.
Eu costumo sempre traçar um perfil psicológico de cada personagem antes de começar a digitar freneticamente a história. No começo ajuda muito, com o passar das páginas, tudo começa fluir mais naturalmente.
2 – Mostre para o seu leitor os lugares, objetos, pessoas etc.
Deixar espaço para a imaginação é importantíssimo, afinal, cada leitura, um mundo novo! Entretanto, a história fica muito mais rica quando apresentamos os ambientes, os objetos, as pessoas, os animais, enfim, a vida local. Principalmente quando abordamos épocas distintas da nossa, lugares distantes ou mundo imaginários.
Não é preciso encher as páginas de info dump, mas investir algumas linhas na ambientação separa uma história fria de uma narrativa imersiva. É você brincar com os cinco sentidos: um cheiro, um som, uma textura, um sabor, uma paisagem. Esses detalhes fazem toda a diferença!
É um cuidado que colabora com a imaginação de quem absorve as nossas palavras.
3 – O inesperado é bom, mas o esperado também é!
“Ardentemente faça hoje aquilo que deve ser feito. Quem sabe? Amanhã, a morte chega.” – Bhaddekaratta Sutta
Hoje muito se fala nos tais plot twists. Da necessidade quase obrigatória de guinadas na história. Ok, isso funciona em alguns casos. Contudo, não paute a sua narrativa exclusivamente sob esse conceito: é muito mais importante criar vínculos fortes com os leitores.
Guinadas por guinadas podem ser vazias, enfadonhas ou até mesmo jogar contra.
Lembre-se: sentimentos de afeto, ódio, medo, compaixão… Mesmo que a trajetória leve para um caminho/situação/acontecimento esperado, quando contamos isso de uma maneira esmerada, o impacto e a relevância ficam tão significativos quando uma guinada súbita.
Nesse caso, não há regras de certo ou errado. Melhor se preocupar e trabalhar para escrever com a alma! ?
4 – Nem sempre o fim é um adeus
“Demasiado controle é tão mortal quanto demasiado pouco controle. Nós necessitamos o controle e nós necessitamos o caos. Nós necessitamos a ordem, e a desordem. Simplicidade, e complexidade. Cuidado, e negligência. Equilíbrio, e pânico. Ciência, e arte.” – Larry Wall
Quando terminamos o nosso livro, entendemos que é um fim. E para nós, “os criadores”, de fato é (ou não rsrs). Todavia, para o leitor, ainda pode haver muito espaço para interpretações. Um ponto final é apenas um símbolo.
E isso é mágico! Pois transforma algo restrito e finito em um bem muito maior (diria até eterno, imortal).
Hoje, houve tais sensações e tais interpretações. Na próxima leitura, daqui a cinco anos, certamente haverá outras, afinal, durante esse tempo, aconteceram muitas experiências, perdas e ganhos. Houve muito aprendizado.
Nossa vida é dinâmica. Uma boa história também.
Assim, o livro é e sempre será algo vivo. Portanto, voltamos à importância vital dos três tópicos anteriores: pois só criando personagens memoráveis, em um mundo real, com uma jornada factível, é que podemos oferecer uma boa história.
E os nossos leitores merecem isso!
Opa, péra lá, Eduardo! Você só deu quatro dicas! Não sabe contar?
Sei sim, mas para a quinta quero algo colaborativo. Quero a sua visão de como enriquecer uma história!
O que você faz? Conta pra gente!
Vamos juntos nessa?
Até mais!