Publiquei um livro, e agora?
Muitos de nós temos esse dilema: como fazer com que as nossas histórias cheguem aos leitores?
E não importa maneira de divulgação: autopublicação, por editora, impresso ou e-book. As dificuldades são as mesmas, em menor ou maior intensidade.
Não pense que um livro exposto nas livrarias vai vender bem. Há muito trabalho a fazer antes de conquistar esse resultado. É preciso atuar, principalmente, na percepção de valor da marca (branding).
E um conceito que pode ajudar – e muito – a alcançar os patamares desejados vem do século XIX.
O modelo AIDA
AIDA é um acrônimo usado no marketing e na publicidade que descreve uma sequência de eventos que ocorrem com o consumidor quando ele se depara com alguma divulgação.
Atualmente, esse modelo é muito utilizado em e-commerce, contudo ele serve perfeitamente para os projetos literários.
Vamos lá:
Atenção
O primeiro passo é conquistar a atenção do indivíduo. Veja, mesmo que a nossa comunicação seja criada pensando em um público-alvo – que precisa ser definido com o maior detalhamento possível, a fim de que o impacto seja mais preciso e forte – aqui deve-se tocar “a” pessoa, não o grupo.
Cada leitor deve sentir que a mensagem em questão é direcionada exclusivamente para ele, para as suas preferências e interesses. Por isso, conhecer minuciosamente o nosso produto (livro) é tão importante, pois cada personagem, cena ou mesmo trecho da história pode tocar grupos específicos de leitores.
Comunicação de massa funciona? Sim.
Mas os resultados são ainda melhores com a personalização.
Com a internet, tivemos a facilidade da democratização da informação e dos conteúdos e, de certa forma, podemos chegar a quem desejamos. Em contrapartida, há o problema dos excessos de informação, o que divide a atenção do indivíduo.
Como revertemos isso? Desenvolvendo campanhas originais, exclusivas e muito bem planejadas. Não existe uma fórmula. Muitas serão na base da tentativa e erro, contudo, a qualidade deve ser o padrão. Hoje as pessoas desejam sempre o Premium, querem se sentir valorizadas, respeitadas e exigem bons diferenciais.
Interesse
Conquistada a atenção, é preciso garantir o interesse. E a melhor forma é através do envolvimento. O leitor precisa sentir que o seu tempo está sendo bem investido ao conhecer a nossa campanha.
Assim, oferecer um conteúdo relevante é vital. Foi-se o tempo que dizer “Compre porque é bom” bastava. Hoje a gente mostra os argumentos e oferece todos os subsídios necessários para a decisão de investir ou descartar. Não adianta forçar barras, a visão do consumidor mudou. E, sendo assim, também precisamos evoluir as nossas práticas.
Desejo
O próximo passo é o desejo. Há um conceito interessante – e aqui não julgo se é certo ou errado – que é:
As empresas de vanguarda desenvolvem produtos que criam necessidades que não existiam antes deles surgirem.
E com os livros?
Devemos instigar uma vontade imensa de lê-los, seja por meio de quotes nas redes sociais, de degustações ou mesmo com a oferta de conteúdos gratuitos como contos, a história dos personagens, dos universos e por aí vai. Vejo os meus amigos da Editora Draco fazendo um ótimo trabalho nesse sentido.
A relação leitor-escritor evoluiu e hoje ela está mais dinâmica, pois eles desejam interagir, opinar, ser ouvidos. E consumir cada vez mais conteúdos do seu interesse, por isso os escritores precisam suprir essa demanda e sempre ofertar novidades.
Ação
Por fim temos a ação. Que é o ato de adquirir o produto apresentado. E veja, mesmo que ela não ocorra, não houve um fracasso na campanha – vamos deixa o quesito $$ um pouco de lado, OK?
Se o leitor passou pelos três passos anteriores, no mínimo ele conheceu o nosso produto, a nossa marca e o que temos a dizer. E nas próximas vezes que vir uma comunicação nossa, já não seremos ilustres desconhecidos, entende? E nesse momento as chances dele efetivar a aquisição aumentam bastante.
Nunca devemos ser imediatistas e nem nos frustrar com facilidade. Esse quebra-cabeça chamado marketing tem muito mais peças do que imaginamos!
Agora, se o nosso leitor realmente realizou a compra, a ação, excelente, missão cumprida.
Acaba por aqui? Claro que não.
Chegamos a uma etapa vital: a satisfação. Um leitor satisfeito irá nos recomendar, irá fazer bons comentários e passará a ser um apoiador do nosso trabalho. E esse endorsement é importantíssimo. Afinal, o boca a boca é tão eficiente quanto as campanhas mais caras!
Vamos juntos nessa?
Até mais.
Quem quiser saber mais sobre o tema, pode acessar: http://en.wikipedia.org/wiki/AIDA_%28marketing%29