Acesse o Facebook.
Busque a pessoa.
Veja fotos, leia mais sobre, virem amigos e pronto: você já sabe tudo sobre ela. São íntimos.
Lógico que exagerei nessa representação, contudo, para muitos, esse é o parâmetro para ter uma vida social bem relacionada.
Esse é o modelo de felicidade:
- Olha que comida gostosa estou saboreando!
- Olha que lugar lindo estou visitando!
- Olha que perfeitas são as minhas imperfeições!
Superlativos superficiais sintéticos. Assim defino a maioria dos posts. Ganham holofotes, mas mascaram frustrações e dores. São maquiagens extremas.
A vida hiperconectada é arriscada, causa ansiedade. É tão acelerada que, quando precisamos colocar os pés novamente no mundo real, esse se torna monótono e irritante.
E, para muitos, essa é a única vida que vale a pena.
A tecnologia facilitou demais a interação, quebrou muitas barreiras, mas também criou muitas outras.
Carreira não se resume a curtidas
Eu poderia escrever um livro sobre o tema, mas vou me ater ao perfil profissional.
É muito comum definir o sucesso ou o fracasso de um projeto (livro, música, aplicativo, ilustração, etc.) pela sua repercussão nas mídias sociais, blogs e afins. Quando postamos algo que não alcança representatividade imediata ficamos magoados, descontentes e, em alguns casos, raivosos.
Tornamo-nos reféns de ilusões.
Explico:
Quantas vezes já fiz divulgações dos meus escritos e essas renderam centenas de curtidas/tuitadas, dezenas de compartilhamentos, alguns cliques nos links e ZERO vendas!
Em outras, tive pouquíssimas interações, mas consegui vender exemplares (físicos ou e-books). A balança das redes sociais nunca é bem calibrada e tampouco honesta. E viver unicamente sob esses parâmetros é frustrar-se constantemente.
O que fazer então?
Construir uma carreira sólida, com bases estáveis e boa percepção de valor. O mundo digital é apenas uma ferramenta!
E com essa ferramenta podemos montar as peças necessárias para o conjunto da prosperidade profissional de uma maneira mais ágil e com maior amplitude em relação ao offline.
Mas nunca podemos confundir agilidade com pressa!
E nunca podemos achar que o mundo virtual e as centenas de amigos são as soluções para todos os problemas.
Veja, publiquei O Andarilho das Sombras, primeiro livro da Série Tempos de Sangue em 2012, mas somente em 2014 ele começou a ter vendas expressivas e a alavancar as demais obras.
Durante todo esse tempo – e até hoje – testei, errei, acertei, aprendi e evoluí. E não fiquei restrito à comodidade de usar somente os artifícios online: fui a muitos eventos (a presença sempre é importantíssima), dei palestras, compartilhei conhecimentos, enfim, cuidei do marketing dos meus produtos, da cada deles (a Draco) e também do meu marketing pessoal.
Solidificar a nossa carreira não é fácil, leva tempo, muito (e coloca muito nisso!) esforço e boas doses de criatividade e feeling para perceber as nuances do mercado.
As mídias sociais são ótimas para criar canais de relacionamento e publicidade, mas tal como qualquer outra ferramenta, sem uma operação correta e habilidosa, elas são inertes.
O humano atrás da tela é importante (ainda, rsrsrs).
Então, antes de pisar no acelerador e andar a 200 km/h, é melhor viajar com calma, aproveitar as paisagens e vivenciar boas experiências.
Quem corre, até pode chegar mais rápido, mas o risco de perder o controle é altíssimo e, nesse caso, o acidente pode ser fatal.
Concorda?
Até mais!