Ontem o Claudio Parreira, autor do ótimo livro Gabriel, contou-me que estava vendo “algo de Gollum” no Edred, personagem do meu livro “O Andarilho das Sombras”.
Achei muito interessante esse comentário, pois nunca pensei no Gollum ao escrever as cenas do Edred. Aliás, as histórias dele sempre vieram de enxurrada na minha cabeça, fazendo-me escrever freneticamente.
Já para o Parreira: “Eu vejo o cara no Edred”.
Legal, não é?
Por isso que a literatura é rica, pois possibilita aos leitores uma bela viagem, permite-os interpretar os fatos à sua maneira e, indo além, abre caminho para que eles criem suas próprias histórias.
Já recebi mensagens do tipo:
- Por que você matou fulano? Ele podia ter feito isso, isso e aquilo e ainda estar vivo.
- Achei sicrano meio fresco. Se sou eu dava umas belas porradas no inimigo.
- Por que foi tal personagem que se tornou um imortal. Podia ter sido outro.
Enfim, as histórias ganham vida a cada leitura e viram algo como universos paralelos em cada mente.
Uma outra amiga, a Ana Lúcia Merege, que criou o rico mundo de Athelgard já teve leitores que criaram histórias baseadas nos seus livros e personagens.
E isso é maravilhoso!
Até mais.