Antes de tudo, quero que você entenda: cada um sabe o que é melhor para a sua vida e a sua carreira. O que apresento nesse texto são visões minhas. Mas, quem sabe, você também não enxerga as coisas desse jeito?
Quando eu era pequeno e estava no primário, acreditava que bem-sucedidos eram os garotos do ensino médio, pois eles podiam andar sozinhos pela rua, ficar de bobeira, papeando na esquina e ir ao shopping de ônibus com os amigos.
Quando cheguei ao ensino médio, tive certeza que bem-sucedidos eram os universitários, descolados, seguros de si, prontos para revolucionar a sociedade assim que começassem a trabalhar.
Daí eu entrei na faculdade, pública, uma das mais concorridas da área que escolhi. E, durante o curso, cheguei à conclusão que bem-sucedidos eram os profissionais que tinham bons cargos e status.
Eu me formei, trabalhei duro e galguei muitos degraus até alcançar um bom patamar na carreira, interagindo com profissionais top e negócios de alto nível. Conquistei bastante, muito antes de fazer trinta anos. Enfim tornei-me bem-sucedido. Eu estava inserido perfeitamente dentro dos padrões sociais.
E a felicidade?
Nunca desdenharei a minha trajetória, pois todas as conquistas foram com muito suor e lágrimas, literalmente. Tudo foi conseguido na raça, pela competência e pela minha capacidade de me superar a cada desafio.
Entretanto, quando cheguei “ao auge”, somente o trabalho existia na minha vida. Esse padrão é tão envolvente, tão alienante que parece que só isso importa, só isso vale a pena.
Eduardo Kasse não era uma pessoa, era um negócio. E isso quase me matou. Literalmente também.
De que adianta conquistar status, grana, posições se não há o mais importante, a felicidade?
Passei anos dentro de uma “Matrix” que me alimentava de ilusões e criava barreiras para me cegar do que realmente importa nessa vida: o nosso bem-estar.
Deixei a família de lado – Santa Estela que sempre esteve comigo e me apoiou e me ajudou a mudar –, esqueci os amigos e acreditava firmemente que lazer era coisa para fracos!
Então, quando decidi dar um basta, fui chamado de louco, idiota, hippie, sem noção – aqui só posso citar as nomenclaturas suaves.
Foi uma transição que levou um tempo, tive muitas perdas, principalmente financeiras, contudo descobri algo novo: como era viver!
Agora trabalho com o que amo: as palavras. Atuo como profissional de marketing de conteúdo, desenvolvendo informações de qualidade para meus clientes.
Voltei a escrever e hoje já estou no terceiro livro da Série Tempos de Sangue, que cada vez ganha mais repercussão junto aos leitores e formadores de opinião. Essa é a minha verdadeira paixão, que ficou anos debaixo do tapete, pois alguém do mundo corporativo não pode escrever fantasia.
Que besteira, né?
Hoje consigo passear e interagir com os meus cães diariamente e até posso ajudar a Estela em um trabalho junto a crianças e adolescentes – a felicidade deles é incrível e nos energiza demais.
Agora consigo ter finais de semana livres, em que posso desfrutar a natureza e me reequilibrar.
Passei a valorizar o que vale a pena: famílias, amigos, paz de espírito.
Enfim, entendi que ser bem-sucedido não é estar dentro de padrões que PROJETARAM para você. Ser bem sucedido é ser feliz e cultivar coisas boas e verdadeiras.
Vamos juntos nessa?
E para inspirar seguem dois vídeos: o primeiro do meu primo e talentoso artista Anibal, que aprendeu a viver numa plenitude que admiro. E o segundo é um menino que dá uma lição de maturidade. Enjoy!