Hoje cedo assisti a um programa muito interessante sobre arquitetura verde. Dentre vários assuntos legais, um que me chamou muito a atenção foi sobre como um projeto estrutural bem pensado e um paisagismo planejado podem gerar grande economia de recursos. Além do bem-estar.
O exemplo em questão falava sobre como janelas no lugar certo, árvores plantadas no entorno da casa e um telhado verde proporcionam excelente arejamento e conforto térmico.
A construção ficava no nordeste, um dos lugares mais quentes do Brasil e mesmo assim o proprietário disse que diminuiu o uso do ar condicionado em 95% depois dessa remodelação. E os custos para isso não foram nada fora do padrão.
Logo em seguida, peguei a bicicleta e fui dar um passeio com os cães. E quando o Sol começou a ficar forte nos refugiamos em uma praça perto da minha casa para recuperar as energias debaixo de uma árvore, sentados na grama.
Realmente a natureza é perfeita. Nós que cagamos tudo com a nossa magnífica noção de progresso e evolução.
As cidades cresceram de maneira totalmente desequilibrada, sem qualquer preocupação com o meio ambiente ou com soluções pouco agressivas.
E nós temos culpa.
Afinal, quem consegue se eleger com ideias de reflorestamento, criação de zonas verdes, reestruturação urbana etc. Pontes, anéis viários, shoppings chamam muito mais a atenção, não é?
A ideia de conforto e bem-estar está intrinsecamente ligada ao consumo, aos bens, ao ter. Ensinaram-nos isso desde sempre. O profissional bem-sucedido é aquele com um belo carro, um cartão de crédito sem limites, sempre envolto em ternos italianos, usando Rolex, ostentando, ostentando.
E quero que entendam: não sou contra prosperidade financeira, sou contra o modelo de consumo e de imagem que temos hoje.
E onde entra o sorvete de casquinha do título?
Boa pergunta!
Agora, no finzinho da tarde, para ajudar a espantar o calorão, Estela e eu fomos tomar um sorvete.
Eu sempre preferi os sundaes e milk-shakes, mas hoje resolvi mudar e pedi uma casquinha – confesso, um cascão, por ter os olhos tão grandes quanto a barriga. Por quê?
Porque é mais sustentável. Não sobra embalagem para jogar no lixo (só o papel). Você consome o recipiente e pronto.
Quem sabe essa atitude, juntamente com a reciclagem de lixo e a goiabeira e a mexeriqueira que plantei em grandes vasos no quintal sirvam para diminuir um pouco as minhas pegadas de carbono.
Vamos juntos nessa?
Até mais.