Eduardo Kasse, muito prazer!
Escritor e roteirista

Sobre estantes entulhadas e a nossa carreira

Antes de pensar em conseguir o novo, é preciso reorganizar-se e livrar-se do velho.

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Será que não podemos otimizar isso?

Todos nós, vez ou outra, passamos por certa estagnação profissional. Seja pela falta de projetos ou mesmo por não conseguir fazer coisas diferentes.

Isso é normal e eu até diria inevitável. Entretanto, com o passar dos anos, nós adquirimos conhecimentos e experiências, e aprendemos a lidar melhor com isso. Ou pelo menos a sofrer menos.

Um “padrão” que constatei nesses 10 anos de carreira é: quando estamos muito envolvidos e inundados em trabalhos pouco valiosos – e aqui não falo de dinheiro, mas sim de atividades desgastantes, desmotivadoras e pouco compensadoras para o nosso crescimento – as boas oportunidades ficam escassas.

Seja para não sair da zona de conforto, ou pelo medo causado pela incerteza, ou pela insistência apenas e tão somente pela continuidade, muitas vezes mantemos projetos e clientes pouco saudáveis. E isso é ruim para todos.

É como ter uma estante totalmente entulhada de velharias – diferente de antiguidades, que com o passar do tempo se valorizam, ok? – em que não sobra nenhum espacinho para nada novo.

Assim, de tempos em tempos, vale a pena rever a nossa carreira, as nossas atividades e os nossos projetos e analisar se o que fazemos ainda tem relevância, cria soluções legais para quem depende das nossas habilidades e se está alinhado aos nossos objetivos.

Nas primeiras vezes, suamos frio, ficamos com medo, taquicardia, incertezas, mas é uma postura benéfica. Lógico, nem sempre acertamos, todavia, manter a dinâmica é importante, oxigena a nossa mente criativa e nos ajuda a pensar em novos cenários e oportunidades.

Afinal, uma estante entulhada só cria pó e torna o ambiente pesado e até mesmo feio de se ver.

Vamos juntos nessa?

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