Um dos melhores “professores” que temos é o dia a dia, as conversas informais e o “prestar atenção no que se passa ao nosso redor”.
Quando planejamos e criamos um projeto, seja um site, uma aplicativo ou um livro, nem sempre conseguimos parametrizar todas as variáveis, principalmente aquelas que dependem de alguma resposta ou ação das pessoas.
Ficamos tão imersos durante o desenvolvimento do trabalho que muitas vezes nos esquecemos de um conceito básico: o que é óbvio para mim pode não ser para o outro.
Tempos de Sangue
Nos livros e em todas as comunicações e interações que faço sobre a série, seja no site, na fanpage ou mesmo em posts no Twitter, não costumo usar o termo vampiro. Falo demônios, cito os nomes dos personagens, enfim, faço descrições diversas.
Por quê?
Pois o termo vampiro só se tornou popular lá pelo século XIX, apesar de tais entidades serem descritas há milênios. Minhas histórias são mais antigas que o termo, portanto resolvi não usá-lo.
Acerto X tiro no pé
Esse purismo ocasionou dois cenários opostos.
Muitos leitores, principalmente aqueles apreciadores de história, mitologia e lendas acharam muito interessante eu seguir essa contextualização. Gostaram da fidelidade com que trato o assunto e viram nessa postura um diferencial interessante em relação aos livros que temos hoje no mercado.
Por outro, lado há muitos prospects, muitas pessoas que apreciam o tema que não tiveram essa percepção. Já me perguntaram se eu falava de ocultismo, satanismo, de anjos, enfim de muitas coisas que não estão relacionadas nas histórias.
Essa confusão, ou melhor dizendo, esse desconhecimento pode ser encarado, de certa forma, como um tiro no pé.
Mas como equilibrar o contexto histórico com um termo que caiu no gosto popular?
Com um pouco de flexibilidade e com a ajuda de disseminadores de conteúdo.
De vez em quando, faço interações com o pessoal e uso o termo vampiro. Nas histórias, sinopses e apresentações das obras, a fidelidade histórica se mantém.
E os disseminadores de conteúdo? Sim, eles são importantíssimos, pois trazem novas visões em suas análises e comentários. Blogueiros, resenhistas, leitores costumam usar o termo vampiro e isso é ótimo, pois ambientam o seu público.
Assim, dessas experiências tirei um conceito importante: não basta escrever boas histórias, os leitores também precisam ter essa percepção de valor.
E usar uma comunicação acessível, focada e que trate com respeito cada vertente do nosso público é primordial. E saber o que falar e para quem falar.
Fica então o exercício: sobre o que é a sua história? Será que o seu público sabe?
Até mais!